segunda-feira, 16 de junho de 2008

WORD NAKED BIKE RIDE São Paulo 14jun2008

WorldNakedBikeRide São Paulo - Protesto contra a excessiva dependência de carros


WorldNakedBikeRideSP











ESTADÃO

"Movimento em várias cidades do mundo protesta pelos direitos dos ciclistas no trânsito das grandes cidades"

SÃO PAULO - A Polícia Militar deteve um dos cerca de 200 ciclistas que participavam na tarde deste sábado, 14, de um na região da Avenida Paulista, no centro de São Paulo. O analista de sistemas André Pasqualini foi autuado no 78.º Distrito Policial, nos Jardins, por atentado ao pudor, e liberado após assinar um termo circunstanciado por ato obsceno. O ciclista, de 34 anos, usava um tanga formada por folhas de revistas. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ele alegou que não tinha intenção de ofender ninguém.
O grupo, que começou a percorrer a região por volta das 14 horas, passou pelas ruas Manoel da Nóbrega, Estados Unidos e Bela Cintra e retornaram para a Paulista. O passeio complicou o trânsito na avenida. Às 16h30, a fila de engarrafamento alcançava 2,2 km no sentido Consolação, entre a Rua Augusta e a Praça Oswaldo Cruz. Ou seja, quase toda a extensão da via.


A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que a Prefeitura não autorizou o evento, chamado de World Naked Bike Ride, que pretende protestar pela segurança dos ciclistas, ignorados por motoristas e com raros espaços transitáveis em São Paulo. 

A polícia, que fazia a escolta do evento sobre duas rodas, de repente partiu para cima de um grupo de ciclistas que estava próximo de André Pasqualini. A indignação dos participantes, com a prisão, provocou a ira da polícia que reagiu com cassetetes e gás pimenta.
O subcomandante do 7º Batalhão Policial, Major Benjamin, quando questionado sobre a truculência da polícia, negou violência. Segundo o policial, o procedimento adotado foi o padrão. Ele negou que a polícia tenha usado cacetetes, mas alguns ciclistas ficaram com as marcas da agressão.


O estudante de Ciências Sociais da USP, que pedalou a maior parte da marcha de cueca, Thiago Tenório, afirma que a bicicleta precisa ser incorporada ao espaço urbano. "A cidade tem que se adaptar à bike que é um veículo usado em todas partes do mundo".

Para o funcionário público, Daniel Cavalari, a bicicleta precisa deixar de estar à margem da sociedade em São Paulo. "A própria atuação da polícia nesse caso demonstra que a bicicleta não faz parte da"ordem". O planejamento urbano só leva os automóveis em consideração ", opinou referindo-se à Ponte Octavio Frias de Oliveira na Avenida Roberto Marinho - recém construída e que não previu a passagem de pedestres e ciclistas no projeto.

Atropelada três vezes, a administradora de empresas, Luciana Telles, fez parte da World Naked Bike Ride para reafirmar o direito de ir de vir. De biquíni e com as costas pintadas com a palavra "respeito", ela expressou o sentimento de fragilidade do ciclista nas ruas de São Paulo. "Com a bicicleta diminuo o tempo das minhas viagens diárias entre casa de trabalho", incentiva a ciclista que faz 15 quilômetros diários.

O passeio ciclístico nu foi realizado pela primeira vez no País e aconteceu simultaneamente em cidades como Londres, e Vancouver.  Também participam do World Naked Bike Ride, mas em outras datas, Madri, Paris, Cidade do México e Montreal. Nessas cidades, o movimento tem sido engrossado nos últimos anos por skatistas, que decoram seus corpos com mensagens de protesto contra a "cultura do carro".

O passeio-manifestação continua em São Paulo, na última sexta-feira de todo mês.

Com Diego Zanchetta, de O Estado de S. Paulo e Elvis Pereira, do estadao.com.br


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